Autor: Mike Gendron
Tradutor: Roberto Aguiar [http://discernimentocristao.wordpress.com]
O Senhor Jesus Cristo advertiu seus seguidores, “Cuidado com os falsos profetas, que vêm a vós em pele de cordeiro, mas por dentro são lobos devoradores" (Mateus 7.15). O alerta foi importante porque mais tarde, Jesus disse-lhes: "Eis que vos envio como ovelhas no meio de lobos; portanto, sejam astutos como as serpentes e simples como as pombas“ (Mateus 10.16). O apóstolo Paulo, com um espírito profundamente perturbado e em lágrimas, escreveu um aviso similar, "Eu sei que depois da minha partida, lobos ferozes penetrarão no meio do rebanho, e não os pouparão” (Atos 20.29). Ao longo da história da igreja esses avisos sobre cristãos professos que tentam enganam até os escolhidos, raramente têm sido levados a sério. Como a Igreja pode ser tão facilmente enganada? De acordo com o Dicionário Webster "enganar” significa “levar algo errado a ser aceito como verdadeiro ou o inverso.” Poderia a Igreja ter perdido não apenas sua capacidade de discernir a verdade do erro, mas também a capacidade de diferenciar os lobos dos cordeiros?
Considere Brennan Manning, um inativo padre católico romano, que tem algumas características óbvias de um “lobo”, mas essas características seguem sem serem detectadas pela a maioria dos cristãos. Nos últimos dez anos, ele tornou-se um orador popular em muitas igrejas “evangélicas”. Manning foi ordenado sacerdote franciscano após graduar-se no Seminário Católico São Francisco em 1963. Mais tarde foi professor de teologia na Universidade de Steubenville (um seminário católico e catalisador do culto a Maria como co-redentora da humanidade). Após deixar a ordem Franciscana em 1982, e ter passado por um tratamento para alcoolismo, casou-se com Roslyn Ann Walker. O casamento não foi pra frente, e terminou em divórcio, mas a sua popularidade como escritor e orador continua crescendo apesar de Manning proclamar um evangelho alheio as escrituras.
O ensinamento de Manning é encantador, sedutor, astuto e perigoso principalmente porque ele leva a vantagem de quase sempre falar a um público sem discernimento. Ele ensina que é possível superar o medo, a culpa e até mesmo o alcoolismo, simplesmente através da meditação. Suas técnicas de meditação são extraídas de uma mistura de Misticismo Oriental, Psicologia, movimento da Nova Era e do Catolicismo Romano. Manning dá a impressão de que ele tem uma relação muito íntima com Deus e diz ter muitas visões, encontros e conversas com o Ele. Manning garante que se seu público aplicar os seus ensinamentos, eles também podem se tornar mais íntimo de Deus.
Conheci Manning na Associação Cristã de Editores, em Nova Orleans, E.U.A. Como ele estava dando autógrafos de seu livro, “O Evangelho Maltrapilho” , perguntei-lhe se seu “evangelho maltrapilho”, seguia o plano católico de salvação ou o plano bíblico de salvação. Ele respondeu: “Leia e descubra por si mesmo.” Ainda na tentativa de captar mais informações sobre sua teologia pessoal, eu lhe dei uma matéria que eu tinha escrito com o título, “Catolicismo Romano: Tradição versus Escritura Sagrada”, e pedi para que Manning fizesse suas considerações. Após ler por alguns minutos, ele rasgou-o em pedaços e jogou-o no lixo.
A segunda vez que eu vi Manning foi na Hillcrest Church, uma congregação de mais de 5.000 membros em Dallas, E.U.A. A mensagem de Manning era sobre a nossa necessidade de uma segunda conversão, uma conversão que só pode ter lugar quando se supera a rejeição da auto-estima e se progride através da auto-aceitação. Como suas palavras foram extremamente contraditórias com as palavras de Cristo!
“Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-Me.” (Lucas 9.23)
Depois do culto, questionei com dois anciãos da igreja de Hillcrest, como eles poderiam permitir que um padre católico romano falasse com sua congregação. Eles responderam: “Congratulamo-nos com todos aqueles que amam a Deus”. Isso foi o cumprimento das palavras proféticas de Paulo:
“Porque virá o tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; E desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.” (2 Tm 4.3-4)
No evangelho de Brennan Manning, toda a humanidade já alcançou a salvação.
Como acontece com diversos pregadores desse evangelho moderno, que sabem ganhar popularidade entre as ovelhas fazendo “cócegas em seus ouvidos”, Manning supervaloriza o amor e a graça de Deus, ignorando os Seus atributos de justiça e santidade. Ele ensina que Jesus salvou toda a humanidade. Sua “boa nova” é que todos já estão salvos. A teologia de Manning opõe-se a palavra de Deus que diz:
” Aqueles que praticam tais coisas não herdarão o reino de Deus." (Gl. 5.21)
“Aquele que crê no Filho tem a vida eterna, mas quem não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele.” (João 3.36)
Assim, a fé de Manning se resume a que os pecadores precisam apenas “confiar no amor de Deus.” Este é um tema importante do “Evangelho Maltrapilho”. Confiar no amor de Deus, Ele diz, "porque Deus ama você, independente do que você viva e continue fazendo”. No evangelho de Manning não há espaço algum para a santificação ou arrependimento. Em vez disso o ex-monge católico minimiza a fraqueza e o pecado humano com desculpas, afirmando que Deus tolerará o pecador independentemente de ele se arrepender ou não. Ao dizer isso, Manning transformou “a graça de Deus” em libertinagem e o criador no Senhor da impunidade.
Ele escreve: “Deuses falsos desprezam os pecadores , mas o Pai de Jesus ama a todos, não importa o que eles não aceitam”. Mas é claro que isso é quase inacreditável demais para nós. Sim, muito incrível, porque viola a palavra de Deus: “Tu, Senhor, odeia todos os que praticam a iniqüidade” (Salmo 5:5).
Parar de pensar em Deus
No livro, “A Assinatura de Jesus”, outro livro de Manning, ele ensina seus leitores a orar, usando um mantra. Ele diz, “O primeiro passo na fé é parar de pensar em Deus no momento da oração” ( p. 212). O segundo passo é “Sem mover os lábios, repita a palavra sagrada desejada [ou expressão], interiormente, lentamente, e muitas vezes. Se as distrações vierem, basta voltar a ouvir a sua palavra sagrada” (p. 218).
MANTRA: “No hinduísmo e no budismo, fórmula (palavra ou expressão) que se pronuncia repetidamente e que visa alcançar um estado de relaxamento, contemplação e meditação”. Pode ser pronunciado sem que se abra a boca. (Dicionário Priberan)
Ele também encoraja os seus leitores a fazer algo que ele chama de ”celebrar a escuridão”, porque “o ego tem que quebrar”, e essa quebra é como entrar em uma grande escuridão” (p. 145). Jesus disse: “Quem me segue não andará nas trevas” (João 8:12).
O Espírito do Anticristo
Manning cita como mestres da vida espiritual, muitas vezes os "santos" católicos, filósofos humanistas, hereges famosos, monges e místicos medievais. Alguns dos monges que ele cita defendem que a salvação é realmente uma transformação da consciência de ser despertado para a unidade de toda criação. Possivelmente a prática mais perigosa dos ensinos de Manning é o seu novo método de esvaziamento da mente. Como acontece com a yoga e com a meditação transcendental, este é um convite aberto a atividade satânica. Muitas das expressões e técnicas empregadas por Manning em “A assinatura de Jesus”, não são encontrados nas Escrituras, tais como:
A Oração de Alinhamento
A Espiritualidade Pascal
A Disciplina do Segredo
A Mineralização da Espiritualidade Contemplativa
Praticando a Presença
A Integração Interna
Rendendo-Se ao Centro
Mestres Espirituais Contemporâneos e Mestres da Vida Interior
Práticas espirituais extra bíblicas só podem gerar confusão. Elas se originam do pai das mentiras, em quem não há verdade. Manning claramente desalinha da maneira de como Paulo descreveu os líderes cristãos do primeiro século. Paulo disse:
"Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade." (2 Co. 4.2)
Manning raramente usa as escritura e mostra seu desprezo por aqueles que o fazem e para com aqueles que acreditam que “O Verbo era Deus” (João 1.1). Ele escreve:
“Estou profundamente consternado pelo que só posso chamar de produto da nossa cultura cristã, a idolatria das escrituras por parte de muitos cristãos. A Bíblia não pode limitar Deus. Resumindo em uma palavra, isso é “bibliolatria” (adoração da bíblia) … Eu me sinto extremamente perturbado quando estou em torno de pessoas que falam como se apenas as páginas das escrituras pudessem revelar exatamente como Deus pensa e precisamente aquilo que Deus quer" (p. 188).
Manning criticou várias igrejas evangélicas que ele teve a oportunidade de visitar, onde segundo ele, a religiosidade levou Jesus à margem da vida real e mergulhou as pessoas na preocupação com sua própria salvação pessoal” (p. 193).
Embora Manning crê e ensina a vida, morte e ressurreição de Cristo, o seu livro “A Assinatura de Jesus”, não é um guia que ensina a seguir a Jesus, mas sim, seguir os “mestres da vida interior”. Paulo escreveu:
"Porque os tais não servem a nosso Senhor Jesus Cristo, mas ao seu ventre; e com suaves palavras e lisonjas enganam os corações dos simples”. (Ro. 16.18).
Manning reinterpreta algumas das verdades mais essenciais da Bíblia à luz da cura psicológica. Ele olha para a “natureza humana como caída, mas redimida. Ela falha, mas na sua essência está correta" (p. 125).
Sua técnica de meditar sobre o nada, ao invés da Palavra de Deus, é um exercício de ocultismo moderno. Esta prática convida a influência demoníaca e ao contato com o mundo espiritual maligno. O místico católico Brennan Manning não deveria ter lugar na verdadeira Igreja de Jesus Cristo. Os genuínos líderes cristãos devem soar o alerta sobre Manning e sobre todos os outros, "porque tais falsos apóstolos são obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apóstolos de Cristo” (2 Co. 11.13). Eles devem ser expostos conforme Efésios 5.11: “E não comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas, mas antes condenai-as”. Nós todos vivemos em dias de grande engano. Que Deus dê a Sua Igreja o dom do discernimento como nós levamos a advertência de Paulo a sério: “Vede que ninguém vos faça presa por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo" (Cl. 2.8).
Fonte: Título original, “Cuidado com os lobos em pele de cordeiro”
1. Brennan Manning, “O Evangelho Maltrapilho”, Multnomah Press, Portland, OR: 1990, página 33.
2. Idem, página 22.
3. Brennan Manning, “A Assinatura de Jesus “, Irmãs, OR: Livros Multnomah, 1996, p. 94, 219.
6 comentários:
Muito interessante este seu artigo. Nunca li nenhum dos livros do citado autor. Muito boa a sua colocação. Deus os abençoe! Abraços
Boa, Pr. Bill. Muito esclarecedor. Percebo agora porque os leitores de A Cabana se identificam muito com os escritos de Manning. E eu continuo na minha jornada, lendo os livros que o mundo odeia.
Ele é católico,pior foi em Igreja Evangélica e que se diz muito correta Teologicamente, ouvir o que os TJs dizem que o céu será aqui onde estamos,essa natureza transformada e qu levantar as mãos na hora do louvor ou oração é coisa de Macumba,vc agora é robôzinho de Jesus, a coisa tá ficando cada dia pior.
Muito bom. Os evangélicos são uns deslumbrados pelo novo e acabam abandonando a verdadeira regra de fé e prática (Bíblia).
Parabéns!
Flávio Brito.
É isso, Diogo! A gente leia livros que falam coisas tão "politicamente corretos" como "o homem foi concebido no pecado" e "diante de Deus não somos NADA"! Esses "campeões de ganha-poeira" na maioria das livrarias "evangélicas" ficam olhando para a saída frenética de livros de Manning, William P. Young, etc. Eu atribuo essa inversão de interesse na verdade à fraca exposição bíblica dos púlpitos da Igreja.
Anônimo No. 2: Não entendi totalmente seu comentário. Você defende esse ex-padre x a Bíblia? Este artigo foi escrito no contexto norteamericano, não no contexto brasiliero. Mesmo se fosse escrito aqui, a questão principal é como a teologia de Manning compara com a Palavra, não com costumes "evangélicas" por aí. Entendeu?
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