5.7.10

O QUE ESTÁ ACONTECENDO??

Em 1987 eu (Bill) li um livro que impactou profundamente a minha vida: A sedução do cristianismopor Dave Hunt e T. A. McMahon. De fato, eu estou onde estou hoje na minha vida e no meu ministério por causa desse impacto 23 anos atrás.

Naquela época eu servia nos EUA como missionário nacional através da missão Campus Crusade for Christ (no Brasil, Cruzada Estudantil e Profissional para Cristo). Seis anos antes eu tive uma consulta com um psicólogo cristão que ministrava um curso para novos missionários do ministério estudantil sobre como aconselhar estudantes. Uma coisa que ele disse fez muito sentido para mim naquela época: Interessado em aumentar nossa auto-estima e a dos estudantes sob nossos cuidados, ele trouxe uma interpretação inédita - pelo menos, para mim - às palavras de Jesus quando Ele disse em Mt. 22.39: "Amarás ao teu próximo como a ti mesmo." Esse psicólogo nos disse que, para poder amar o seu próximo como a si mesmo, você precisa, em primeiro lugar, amar a si mesmo! Aliás, se não amasse a si mesmo, você não poderia amar seu próximo da maneira certa.

De novo, fazia muito sentido para mim. E talvez você esteja pensando, "É isso mesmo. Qual é o problema?" O problema é que Jesus jamais quis dizer que deveríamos nos amar mais para podermos amar os outros melhor! Segundo Hunt e McMahon, Jesus estava dizendo que deveríamos amar nosso próximo da mesma maneira que nós já nos amamos! Quer dizer, JÁ me amo o bastante. Como prova disso, tudo que eu faço, eu o faço pensando no meu bem estar. Eu me alimento por amor próprio, eu durmo por amor próprio, eu me visto, me defendo, me...me...me! Os autores até dizem que o suicídio é um ato de amor próprio! Como assim? A pessoa se suicida para se livrar de dor, de frustração, etc. Aliás, a pessoa que se suicida está pensando mais no seu bem estar do que no bem estar da sua família e dos seus amigos. Ainda duvida?

Em prol da busca do amor próprio, eu passei seis anos me distanciando de pessoas, papéis, situações e locais que não contribuíam para minha busca. Apesar das aparências, eu me tornei uma pessoa arrogante e egoísta por dentro. Duas vezes nesse perídodo eu considerava deixando o ministério para fazer algo mais "aceitável" ao ver do mundo. Afinal, os aplausos do mundo comunicavam o amor que eu procurava. Em 1985 eu até decidi largar meu papel de missionário à universidade, que não ofercia reconhecimento algum na parte do mundo, em prol de um papel que agradava tanto a Igreja quanto o mundo. Eu decidi me tornar um "media missionary" (missionário na área da mídia). Assim, pensava eu, vou poder aumentar minha fama num cargo que o mundo reconhece (produtor de filmes) e que a Igreja valoriza (produtor de filmes evangélicos).

Foi nesse contexto que, enquanto eu viajava no Reino Unido apresentando shows evangelísticos de multi-mídia, eu comprei e li A sedução do cristianismo. Como eu fui acordado através desse livro para a minha situação verdadeira: egoísta, orgulhoso, arrogante. Também eu aprendi que a origem da interpretação de Matt. 22.39 mencionada acima não foi Jesus, mas Friedrich Nietzsche! Que vergonha! Eu adotei uma interpretação equivocada da Bíblia oferecida por alguém que se considerava o "Anti-Cristo"[1]!

Eu escrevo tudo isso como uma introdução a este novo blog, A SEDUÇÃO DO CRISTIANISMO. Eu engoli a mentira da necessidade do amor próprio que radicalmente afetou muitas decisões importantes da minha vida. Isso me faz pensar, "Quantas outras 'mentiras' sobre a Bíblia eu já engoli?" Ou melhor, "Quantas mentiras a Igreja tem engolido ultimamente?" Por isso colocomos este blog no ar. Ficamos de pé no alicerce da verdade. Que Deus use os artigos neste blog para glorificar A VERDADE (Jo. 14.6) e libertar os prisioneiros de mentiras proferidas por, às vezes, homens e mulheres nos púlpitos de, pelo menos, as duas nações que temos em comum: o Brasil e os EUA.


NOTAS
[1] Prof. Peter Kreeft de Boston College [http://www.catholiceducation.org/articles/civilization/cc0009.html]

7 comentários:

Leonardo disse...

Oi, Bill, caramba não sabia que você escrevia tão bem! Muito bom o texto, sucinto, claro. Poxa, tomara que você consiga continuar o blog.
Braço!

BeA disse...

Fala, Léo! Como vai a lua de mel? Uhuuuu! Mudando de assunto, muito obrigado pelo feedback, cara! Vindo de alguém formado em Jornalismo... sua opinião é bem vindo! Sim, pretendemos continuar este blog para alertar a Igreja brasileira sobre alguns perigos por aí. Espero que seja útil para você no seu ministério, sem falar no seu andar com Cristo. Abração!

Diego disse...

Olá Bill, adorei o blog, é um estilo necessário nos dias de hoje, de denuncia dos podres que corroem nossa Igreja. Ótimo trabalho, ganhou um leito.

www.joomtec.com.br disse...

Boa tarde, isso mesmo queridos !!! voltemos ao Evangelho !!

Deus os abençoe !!

Lenio Rodrigues

Anja_Arcanja disse...

Bill, quando vi o marcador "Nietzsche", vim correndo ler! Mas me decepcionei com sua interpretação (que não é sua, mas voce apenas engoliu de outro que a disse)sobre Nietzsche, pois ele não era ateu! Ele era sim um "a-igrejeu", é bem diferente! Vou postar um link de um texto sobre Nietzsche que postei em meu blog, tenho certeza que voce mudará de opinião (ou não), mas compensa ler. Eu já li alguns livros dele e amo a sua lógica de interpretação, não da Bíblia, pois ele não interpreta a Bíblia, mas o ser humano.

Abraços

Anja

BeA disse...

Rozana, eu posso estar errado, mas alguém que diz "Deus está morto" é suspeito de ser atéu. Confesso que eu não li nenhum livro dele; portanto, eu aceito sua interpretação. Na realidade, meu ponto na postagem era mostrar a fonte daquela interpretação equivocada da "Parte B" do Grande Mandamento. Não importa se ele era atéu ou não... ele errou e muitos cristãos estão acreditando uma interpretação que se chamou "anti-Cristo"! Vou modificar meu texto para refletir a verdade sobre ele.

Obrigado!

Anja_Arcanja disse...

Bill, Pois é! mas na verdade o livro em que ele fala que Deus está morto é uma dura crítica ao "cristianismo" pregado pela igreja. Ele lutava contra os dogmas impostos pela igreja católica, tal qual fez Lutero! Nietzsche apesar de ensinar filosofia, era na verdade filólogo e teólogo, o que lhe deu base para ensinar filosofia nas universidades. Talvez hoje se Lutero estivesse vivo, também seria chamado de ateu pelos "crentes" de hoje junto com Nietzsche rsrs. vou postar o link da postagem e a oração que Nietzsche fez no fim de sua vida. Perceba que maravilhosa oração e se a mesma poderia ter saído da boca de um ateu.

http://omundodaanja.blogspot.com/2011/09/dialogo-com-um-decepcionado-nietzsche.html


"Antes de prosseguir em meu caminho e lançar o meu olhar para frente uma vez mais, elevo só, minhas mãos a Ti na direção de quem eu fujo. A Ti, das profundezas de meu coração, tenho dedicado altares festivos para que, em cada momento, Tua voz me pudesse chamar. Sobre esses altares estão gravadas em fogo estas palavras: “Ao Deus desconhecido”. Seu, sou eu, embora até o presente tenha me associado aos sacrílegos. Seu, sou eu, não obstante os laços que me puxam para o abismo. Mesmo querendo fugir, sinto-me forçado a servi-lo. Eu quero Te conhecer, desconhecido. Tu, que me penetras a alma e, qual turbilhão, invades a minha vida. Tu, o incompreensível, mas meu semelhante, quero Te conhecer, quero servir só a Ti." (NIeczsche)

Leia o artigo Bill, é muito bom. O título do artigo é:Dialógo com um decepcionado: Nietzsche, Deus e a religião

Anja